terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Mecânica de incorporação

Saravá á todos ! Hoje vou falar um pouco sobre a mecânica de incorporação... 
Espero que gostem...

    A mecânica de incorporação está é, sem dúvidas a "modalidade" mais popular pelos terreiros espalhados pelo Brasil, não só pelo Brasil mas pelo Mundo ! 
A incorporação, como é conhecida, é oque faz com que os terreiros recebam dezenas e centenas de pessoas na expectativa de receberem um conselho amigo de um Caboclo, Preto-Velho ou mesmo um Exu. Pois são palavras extremamente sábias, e que sem dúvida alguma nos ajudará de mais!!  




   Apesar de ser o meio principal de comunicação com o Astral superior, são rara as pessoas que conhecem os processos mais sutis da mecânica de incorporação. Alguns levam-na as raias do fanatismo, chegando até a raia do absurdo.

   A mecânica de incorporação está dividida em dois tipos: 
- Incorporação inconsciente 
- Incorporação semi-inconsciente  

  Alguns falam sobre um terceiro tipo que seria o consciente, porém não ocorre o processo de incorporação propriamente dito. É oque chamamos de irradiação intuitiva 

Obs.
Para haver incorporação, a entidade atuante deve estar fazendo o uso de 3 partes fundamentais da constituição etéreo-física do médium: 
Parte psíquica 
Parte sensorial - sensitiva 
Parte motora 
  Na irradiação intuitiva a entidade só faz uso da função psíquica do médium; portanto não é incorporação. 

   Na incorporação, a entidade não entra no corpo do médium pela cabeça, como muitos dizem. Na verdade, a entidade incorporante apenas se liga magneticamente ao Corpo Astral do médium, em algumas "regiões chaves" que são:  

- 1° Região - núcleos vibracionais superiores - Região Encefálica 
- 2° Região - núcleos intermediários - Região, Tóraco-Abdominal 
- 3° Região - núcleos vibracional  genésico -  Região do Cóccix

  Sem ligar-se a esses 3 pontos no corpo astral do médium, não há a incorporação. Caso a entidade ache necessário, ela pode atuar em outros 3 pontos distintos, mas no mínimo em 3 deles. Esse é o conceito básico para ocorrer o processo da incorporação. 



Mecânica de incorporação inconsciente
   
  Como o próprio nome já diz, há uma "tomada" total total, deixando o médium completamente inconsciente, como se estivesse em sono profundo.  
  
A passividade do médium é total, fazendo com que a entidade tenho plenos poderes sobre seu corpo físico, isto controlando do sua parte psíquica, sensorial e motora.
  O médium não tem consciência nenhuma, durante o transe mediúnico e nem lembranças após o mesmo.
    
  Nos dias de hoje isso é raro, isso era muito comum no início do Movimento Umbandista, onde os médium eram tomados pelas entidades quase a "força", pois muitos não eram nada esclarecidos e dificultava de forma insistente o trabalho das entidades.

  Suas vibrações mediúnicas eram muito lentas e longas, facilitando a atuação das entidades, embora era muito fácil de serem logrados e ludibriados por entidades das sombras. 
Hoje, tal incorporação restringe-se aos médiuns com uma sistemática evolutiva pouco trabalhada.
 Para entendermos melhor:

1. O médium preparado para a incorporação inconsciente, tem abundância de energia vital em todos núcleos vibratórios.

2. A entidade incorporante enlaça os corpo Astral do médium e, com a mão direita emite certos fluidos na região da cabeça e com a mão esquerda emite fluidos de contato, sendo que a manutenção dos mesmos é feita pela projeção energética do médium junto à entidade. As duas constituições astrais se unem como se fosse uma só e a entidade bloqueia certas regiões cerebrais, para que o médium, não tenha constituições astrais se unem como se fosse uma só e a entidade bloqueia certas regiões cerebrais, para que o médium não tenha consciência.

3. O sistema nervoso central é totalmente controlado pela entidade, o mesmo acontecendo com os centros da memória. A zona neuro-sensitiva e e mesmo as sensações também ficam sob controle da entidade

4. Tudo isso reflete no corpo físico de seguinte forma: 

a)  No inicio do processo, há uma profusão de bocejos, visando oxigenar melhor o cérebro propiciando sua revitalização. 
b)  Atua também no cerebelo, onde irá controlar a memória, impedido que este se lembre de alguma coisa após o transe. A entidade usa também os movimentos do médium.
c)  O contato mediúnico faz com que ocorra um certo sacolejo no médium, em virtude do choque nervoso, mas logo é frenado e controlado pela entidade. 
d) Controla a fonação e todas as funções endócrinas, mas principalmente a complexa rede nervosa cardíaca. Sendo todas essas mantidas com gasto mínimo de energia. O núcleo vibratório mais incitado é o cardíaco, devido à quantidade de energia necessária para deslocar o corpo astral do médium. O médium fica consciente astralmente, mas as lembranças no físico são completamente apagadas. 

   Esses são os principais aspectos, sem dúvidas não são todos, mas sim o suficiente para entendermos o processo de forma lógica

                               Mecânica de incorporação Semi-inconsciente:
      
    É a modalidade mediúnica que prevalece no Movimento Umbandista da atualidade.

Na incorporação semi-inconsciente há perda relativa ou parcial, essa perda da consciência obedece a uma graduação, isto é temos em termo de porcentagem de inconsciência, o qual pode variar de 10% a 90% no máximo.
  
 Mas por que ocorre tal variação nos graus de consciência?

*  Normalmente a incorporação Semi-Inconsciente, liga-se a médiuns de karma um pouco mais avançado passando para o evolutivo (a escala evolutiva destes médiuns varia), por isso a porcentagem de inconsciência também, de acordo com cada um.  
*  No inicio da mediunidade, varia sempre entre 5% e 10%, com o desenrolar do desenvolvimento, a porcentagem vai aumentando, chegando a níveis de 40% e 60%. o que já é considerado altíssimo. 
*  Essa incorporação semi-inconsciente é destinada aos médiuns de graus evolutivos melhores, porque através da mediunidade, o médium aprende com a entidade:
a)  Como ajudar as pessoas de forma mais adequada; 
b)  Ser naus caridoso;
c)  Se mais generoso e benevolente; 
d)  Atender todos sem distinção; 
Esse  é o real objetivo da mediunidade, ajudar os seres desenvolverem-se espiritualmente e deste modo caminharem mais rápido rumo a evolução.

  Dependendo da vibração original da entidade (da linha), os pontos ou regiões atuadas podem variar, provocando diferenças fundamentais nas incorporações, sendo que o médium mais experiente, só pelos fluídos, saberá identificar a vibração(a linha), mas será atuada  no mínimo 3 pontos.

De acordo com o trabalho realizado, o médium poderá ter mais ou menos recordações sobre a atuação de seu mentor.

Quando o médium está bem incorporado ele não pensa, por tanto tudo que vê e ouve é o seu mentor atuando, isso varia de acordo com o percentual de cada médium. 
Na incorporação semi-inconsciente positiva, o médium quase não tem domínio de seus movimentos (pois seus sentidos são rebaixados e não passivo), sempre variando de 10% a 90%. 
     Quanto mais experiente for o médium, mais rápido se desliga, é mais fácil ser atuado pela entidade, podendo estar com até 30% de consciência, mas seu complexo mental é frenado, não pensa. É como se sua mente parasse temporariamente de trabalhar, assim tudo que sai da sua boca é a palavra da entidade, isso influencia a fonação completamente. 
   
      A mediunidade nunca é perfeita, sempre há o que melhorar, portanto o desenvolvimento mediúnico é muito importante para a evolução do médium. Mas só isso não basta, não podemos nos esquecer da conduta moral espiritual (não só a moral imposta pela sociedade, mas sim uma moral calcada nos nobres preceitos divinos).


Mediunidade = Afinidade
Exemplo:
            Se o médium tiver uma conduta desleixada, fútil, se prendendo demais a valores materiais, esquecendo o objetivo da mediunidade (caridade e evolução espiritual) = se afinará só com espíritos de baixo calão vibratório = prejudicará seus complexo astro-físico = atrapalha MUITO sua evolução.
Portanto cuidado! Só depende de você!


Espero que tenham gostado ! 
Alafia á todos! 
Yarabacy 

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Matamba, Bamburucema, Nunvurucemavula, Kaíango!

Saravá á todos! 
 Hoje irei falar desse nkisi que são representados com nomes diferentes: Matamba, Bamburucema, Kaíango! 
  Dentro dos cultos afro-bantu, em especial das nações Angola e Kongo, essas Mahamba (Divindades) recebem na maioria  das regiões onde tem seus cultos (Musambu) as designações honoríficas de Mam'etu Munjinda, que quer dizer nossas mãezinhas das tempestades em razão de estarem implicitamente ligada aos fenômenos dos ventos ocasionados pelas grandes tempestades e durante as ocorrências destas fortes chuvas, há o surgimento dos relâmpagos que estão intrinsecamente associados a Divindade Tariá Nzaji (Pai dos Raios e Trovões - Nzazi), ainda nas regiões dos povos Bantu foi criado o Lusambu (Mito), da união entre estas duas importantes importantes divindades (Matamba-Nzazi). 
  Realmente existe ligação, pois o campo de atuação dessas divindades na divina natureza caminham juntos na atmosfera, ou seja a Divindade Matamba é a tempestade com seus ventos e a divindade Nzazi, raios e trovões.
  Kaíango em algumas regiões de língua Kikongo, também está associada a Divindade Nsumbu com forte ligação, pois Kaíango representa também o fogo das profundezas da terra, o fogo em brasa, lavas vulcânicas. 
  Essa divindade tem para alguns povos de origem Bantu, o crédito de ter participação na criação do mundo, quando tudo era fogo em brasas e houve o resfriamento e a transformação para o estado sólido através dos ventos. 
Matamba é erroneamente comparada ao Orixá Yansã dos Nagô/Yorubá.
                                           Abaixo alguns pontos de Matamba:
Yarabacy

Ndanda Lunda, Dandalunda, Ndanda, Kissimbe, Kisimbi!

Saravá á todos!
Hoje vou falar dessa divindade: Ndanda Lunda, Dandalunda, Kissimbe, Kisimbi.
 Ndanda Lunda em algumas regiões Bantu de língua Kikongo, é conhecida por ter forte ligação com a lua e sua influência no ser humano com suas fases (nova, cheia, crescente, minguante). 
Essa Hambá (Divindade) é muito comparada erroneamente com Orixá Oxum dos povos Yorubá. 
  Nas culturas religiosas dos povos Bantu, existem Divindades com características semelhantes, mas de procedências distintas, Congolesas e Angolanas. O nome Ndanda se origina de uma raiz (DANDÁ DA COSTA), a palavra Ndanda, do kimubundu significa "Planta da qual se faz esteira", seriam Divindades de origem angolana da aldeia de Lunda, porém Divindades que atuam no mesmo campo da natureza, mas que são oriundas das terras do kongo, são chamadas de Ndandalunda.
  Princesa, rainha, Senhora de grande prestígio, cultuada na terra dos Lundas. Senhora de riquezas ligada ao ouro e aos dengos femininos, bem como à fertilidade e ao labor de parto, nascimento.  
Abaixo, alguns pontos desse Nkisi:
Yarabacy

sábado, 14 de julho de 2012

Hongolo,Angorô, Angoroméa !

Saravá á todos!!
Hoje irei falar de um Nkisi chamado: Hongolo, Angorô (masculino), Angoroméa (feminino).

É o Nkisi que auxilia a comunicação entre os seres humanos e as divindades. É um tipo de cobra e por ter um colorido em seu couro bastante característicos e semelhante ao colorido do arco-íris sempre que aparece um arco-íris no céu os Bantu saúdam Hongolo pois ele está entre eles. 
Representa a serpente sagrada dos céus, que é simbolizada pelo arco-íris. A palavra Hongolo (Arco-íris) é oriunda do Kimbundu (língua Angolana) ou Nkongolo (arco-íris), oriundo do Kikongo, língua dos povos bakongo (plural de Kongo). 
  É comparado erroneamente por muitos, ao orixá Oxumarê dos Nagô Yorubá. Segundo conceitos Bantu, essa Hamba (Divindade) está diretamente ligada ao equilíbrio do próprio planeta, fazendo a ligação energética entre céu e terra. Ainda nos dias atuais, as serpentes despertam medo e curiosidade entre as pessoas, por isso que, essa divindade está cercada de mistérios e ocultismos entre os povos afros Bantu, razão que além de ser muito respeitada é fortemente cultuada. Apesar de ser uma divindade masculina, apresenta um sentido andrógeno, pois em um de seus caminhos de atuação no universo e na natureza, essa divindade comporta uma dualidade, que se consiste nos princípios macho e fêmea. Ndála (masculino) e Indalá (feminino) e auto procriação. de modo a agir  por esses princípios do domínio da sexualidade e da perpetuação das espécies. Atua sobre o emocional dos seres humanos e domina predominantemente as partes sexuais masculina. 
                                                     Abaixo alguns pontos desse Nkisi: 
 
Yarabacy

sábado, 7 de julho de 2012

Nsumbu, Kaviungo, Kavungu, Kafungê, Kingongo, Kafundeji!

Saravá a todos!
Hoje vou falar do Nkisi Nsumbu, Kaviungo!
Essas divindades de culto Bantu, São comparadas erroneamente com os  Orixá Obaluayê/Omulu dos Nagô Yorubá.
Divindades ligadas aos tubérculos (raízes comestíveis) e aos cereais, razão pela qual são louvadas e cultuadas como (Grandes Senhores da Terra), devido sua importância perante a comunidade, tendo ainda sobre seus domínios muitas folhas comestíveis.
Essas divindades estão intimamente relacionadas com os processos das epidemias, segundo conceitos Bantu, entretanto, também estão sob seus domínios a cura para estes males, atuando como verdadeiros médicos (Kimbanda, Musaki, Ndongixi) para as comunidades Bantu. 
Na mitologia Bantu, Nsumbu ou Kaviungo, senhor da terra, do chão, é um Nkisi Nsi. Tem caminhos com antepassados e une-se a eles para encaminha-los. É o senhor da ráfia (palha-da-costa) e das enfermidades. Manifestam-se diretamente no baço e atuam sobre os ossos dos seres humanos. 
                                              Abaixo segue alguns pontos desse Nkisi:
Yarabacy

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Nkosi, Roxi Mukumbe!

Saravá á todos!
Hoje vou falar  de um Nkisi chamado Nkosi ou Roxi mukumbe!
Nkosi. Uma divindade Bantu de origem Kongo, é comparado erroneamente ao Orixá Ogum dos Nagô Yorubá. 
Nkosi= Leão - na língua kikongo dos povos Bakongo (plural de Kongo)
  Divindade (Hamba) com seus campos de atuação na natureza e universo, ligado a agricultura, pastoreamento animais, as estradas e caminhos, no sentido de abrir, andar para frente, ir em frente e também é muito admirado e louvado por sua coragem, por defender seus filhos e os fracos indefesos.
  No culto e tradição religiosa dos povos Bantu, nossas Divindades são únicas e independentes, não existindo raças e nem qualidades, por isso temos Divindades ligadas às situações citadas acima (agricultura, pastorear, caminhos, coragem..) cada uma ocupando seu espaço individual na natureza...
  Na Mitologia Bantu - Hoxi Mukumbi / Nkosi Mukumbi - O leão. O devorador de almas, o guerreiro, o lutador, o forjador, o senhor do ferro. Ligado a causas sociais e de lutas. Dai associar este culto com o Ogum do Yorubá não foi difícil, pois o caminho mitológico é o mesmo. Todo povo africano cultuava o ferreiro e o guerreiro divino. Hoxi ou Hoji, é conhecido em África Bantu pelos nativos Angolanos como "o leão devorador de almas"... Divindade temida por muitos nativos Angolanos.
                                              Segue a baixo alguns pontos desse Nkisi:
Yarabacy

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Kabila, Mutalambô, Lambaranguange, Ngunzu, Mutakalombo!

Saravá á todos! 
Hoje irei falar desses Nkisis: São Divindades com nomes diferentes onde trabalham na "mesma" área. 

  Kabila é o Nkisi caçados pastor. O que cuida dos rebanhos da floresta, cultuado no Brasil em candomblés de Nação Angola, e tem semelhança com o Orixá Oxossi do Candomblé Ketu. 
  Mutalambô ou Lambaranguange é um Nkisi caçador, que vive em florestas e montanhas, é o Nkisi da fartura e comida abundante, assim como Kabila. Equivalente ao Orixá Oxossi do Candomblé Ketu. 
  Na mitologia Bantu, Tat'etu Mutakalambô ou Mutakulamburungunzo (o mais velho) - O Caçador divino. Todos os povos antigos tinham o seu caçador e defensor divino que era responsável pela fartura e pela defesa da aldeia.  
  O caçador divino não é ninguém. Cada povo lhe entendeu de um jeito e lhe representou na sua cultura e na sua língua, mas faz parte do inconsciente coletivo de tempo imemoráveis. 
  Também andam neste caminho Nkongobila/Telekompenso(falarei em breve). Estes caçadores bantu para se identificarem com qualquer outro caçador mitológico não foi difícil. Ai entra o Oxossi os Odé dos Yorubá e até os caçadores ancestrais brasileiros, como caboclos. 
Ngunzu e Mutakalombo: Nesse grupo de Divindades semelhantes, existem Divindades que caçam em terra, que caçam em água, que pescam, que pastoreiam animais, que estão ligadas a agricultura, no plantio e também na colheita, assim sendo, são atribuídos a esses Deuses, o podes sobre ter ou não, os alimentos necessários para o abastecimento das tribos... São louvados e evocados para que a tribo seja abençoada, com a fartura dos alimentos e também com a carne da caça! 
                              
Segue abaixo pontos cantados desse Nkisi:
      
Yarabacy